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- Como já era esperado, na esteira da primeira visita do presidente Lula a Pernambuco, após a eleição, não seriam e não foram poucos os que pegaram carona. Alguns pelos holofotes atraídos naturalmente pela figura do presidente e outros, pelos mesmos holofotes, para criticá-lo, como foi o caso do ex-prefeito Anderson Ferreira, do Jaboatão dos Guararapes e presidente do PL no Estado.
Anderson critica Lula, ao invés de Bolsonaro
Fazendo “discurso para inglês ver”, Anderson – que deveria ter ficado calado – soltou uma “pérola” de declaração, dizendo que, “pelo visto, veio a Pernambuco para lançar um programa de apoio à agricultura familiar – ligado ao MST –, assinar um entendimento conjunto com o Estado sobre Fernando de Noronha e liberar recursos para obras nos morros do Recife, desconsiderando, inclusive, a calamidade que atingiu também Jaboatão, Olinda, Caruaru e outros municípios.
Ora, convenhamos! Querer desqualificar a citada visita presidencial, tentando passar à opinião pública a ideia de que o atual chefe da Nação veio trazer um programa (Programa de Aquisição de Alimentos – PAA), por ser ligado ao MST, é querer apequenar algo tão urgente e necessário às dezenas de milhões de brasileiros que passam fome e o referido programa traz no seu bojo, na pior das hipóteses, o despertar do povo brasileiro, para uma situação tão grave. Se será executado a contento ou não, isso é uma outra história e que merecerá a fiscalização de todos nós!
Desqualificar, pura e simplesmente a visita de Lula, por não ter contemplado também Olinda, Caruaru e Jaboatão, com dinheiro à prevenção de chuvas, é achar que os pernambucanos esqueceram que, no período da calamidade citada por Anderson (maio do ano passado) quem poderia ter liberado os necessários aportes financeiros era o aliado político dele, presidente Jair Bolsonaro.
Retrospectiva da calamidade das chuvas de 2022
A propósito, cumpre relembrar que, segundo disse, na época o prefeito Mano Medeiros ao Portal de Notícias UOL, ele que acabava de receber as chaves da Prefeitura, (em substituição ao titular Anderson, que se lançara candidato ao Governo do Estado), ter recebido apenas R$ 2,3 milhões, para fazer frente aos milhões de Reais necessários para socorrer os jaboatonenses que sofriam a maior tragédia, dos últimos 30 anos, com a maior parte dos óbitos – cerca de 80 óbitos ocorridos na RMR. Mesmo diante dos R$ 100 milhões prometidos a todo o Estado, pelo então governo Paulo Câmara. Foi noticiado também, em meio à calamidade que, o Governo Federal repassaria R$ 1 bilhão de Reais ao Estado, que até hoje não sabe para onde foi a citada e prometida dinheirama toda, se é que foi liberada, mesmo.
Verdade seja dita: Mano Medeiros foi à Brasília lutar por mais recursos e de lá deve ter conseguido mais alguma coisa. Mas nem o fato de Anderson ser o candidato de Bolsonaro e presidente do PL pernambucano, foi suficiente para trazer os recursos de que os moradores atingidos precisavam e alguns ainda hoje se queixam do não pagamento do auxílio-moradia. Praticamente no período da calamidade e meses depois, o que se viu foram emendas parlamentares liberadas pelo deputado federal André Ferreira, para outros municípios, visando sua então futura eleição de deputado.
Resultado: Foi o mais bem votado do Estado, com 273.267 votos. Isso também porque, segundo queixas chegadas à nossa Editoria, foram de que, André não liberou os milhões dos Fundos Partidário e Eleitoral, para os demais candidatos do partido e de aliados, na devida medida. Só isso já deslegitima o discurso de Anderson Ferreira que, fora dos holofotes, hoje pega carona em tudo o que lhe proporcione ser notícia.
Verdade é que, num outro cenário e é preciso que se diga, Anderson Ferreira tem lá seus méritos, afinal, trata-se de um profissional da política. Ele, por exemplo, continuou “nas graças” da governadora Raquel Lyra ainda quando do namoro político deles, na pré-campanha de ambos, embora nem só por isso. Para emplacar um primo e um outro aliado, todos no Detran-PE, antes de fechar com Raquel, fez ele “vista grossa” às bancadas estadual e federal do PL, sem mencionar a gambiarra que fez com a governadora, na calada da noite, para ajudar os candidatos dela, às presidências das três principais Comissões da Assembleia Legislativa, orientando, portanto, seus deputados a votarem nos candidatos da tucana.
Inconsequências de Anderson x acertos de Mano Medeiros
Anderson chegou a desconsiderar até o deputado Coronel Feitosa, campeão de votos do partido deles, com quase 150 mil votos, trocando o mesmo na liderança do Partido, pelo estreante Nino de Enoque), Mas isso ainda não é nada, perto da sorte grande, dada ao ex-prefeito, por ter posto, Medeiros como vice, sem se dá conta de que este poderia ser sua única possibilidade de continuar no Poder, em Jaboatão.
Mano: Criatura maior do que o criador Anderson
Mano está sendo considerado como uma espécie de revelação, na administração municipal e há quem sustente que já desperta “cuidados” dos Ferreira, já que o prefeito busca ter voo próprio, invertendo os papéis, saindo da condição de protegido à condição de protetor do projeto político dos Ferreira, no Município.
Surpresa boa ao Grupo
Nem mesmo André e Anderson Ferreira imaginariam ser Mano a redenção deles, em Jaboatão. Para se ter uma ideia, Anderson perdeu as eleições, em Jaboatão-Centro e Cavaleiro, ganhando, no geral e em segundo turno, com apenas 5% de diferença, frente do segundo colocado, ex-vereador Daniel Alves.
Agora veem no atual gestor, um administrador ‘para chamar de seu’, com amplas possibilidade de ser eleito (se mantiver a performance), ano que vem. Mano só não avançou ainda mais, porque (com exceção de alguns excelentes assessores) lá tem muito arraigado o chamado “fogo amigo” – assessores que vieram como apadrinhados da gestão de Anderson, mas que puxam o freio de mão, por inveja do atual gestor. Acerca disso, falaremos noutra reportagem. Comenta-se que Mano já transferiu residência, para Jaboatão-Centro, mas isso são especulações que ainda iremos apurar, acerca de veracidade ou não, da informação.
É verdade que, parcela da população ainda desconfiam que seja tudo orquestrado com Anderson e André. Bem, afora qualquer coisa, o fato inconteste é que, Mano já desfez muito da má impressão deixada por Anderson, como prefeito da Cidade e, se continuar assim, uma eventual eleição de Mano alimentará as esperanças do Grupo, numa perspectiva da volta de Anderson, em prejuízo do Município. É como disse um leitor, ao Blog que pediu anonimato: “aqui em Jaboatão, já sabemos quem são os Ferreira, Será que o Mano de hoje não será o Ferreira de amanhã, outra vez?”. O tempo dirá.
Como se vê, se por um lado Anderson Ferreira articula e tem se dado bem, por outro, aqui e acolá ele se enrosca, inclusive no próprio Partido. De quebra, perde a oportunidade de ficar calado e por causa disso paga mico, como explanado acima, acerca do que disse, sobre a visita ao Recife, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira, 22 de março. Como diz a velha sabedoria popular, “cabeça não foi feita só para separar as orelhas”… Fica a dica!
*Comento, argumento. Só não invento!
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