“Sem ódio e sem medo”

- Para quem passou dos 50 anos, quem não se lembra dessa famosa frase do ex-senador e ministro Marcos Freire, proferida no auge do período de chumbo (1964 a 1985), frase esta que ecoava em forma de mantra, nas manifestações de protesto, e que marcou época, no Brasil? Quem não lembra dos líderes – Teotônio Vilela, nas Alagoas, Pedro Simon, no Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, no Rio de Jaaneiro e do próprio Marcos Freire, em Pernambuco – só para citar alguns?
Pois eu, embora muito jovem, recordo que tratava-se de verdadeiros faróis a iluminar os porões da ditadura que, na companhia de intrépidos juristas como Sobral Pinto, Evandro Lins e Silva, Antônio de Brito Alves e Bóris Trindade – apenas para citar uns poucos – enfrentaram corajosamente coronéis e generais, muitas vezes em circunstâncias que faziam lembrar dos pilotos kamikazes japoneses.
Pois muito bem. Trazendo para nossos dias, em que tanto se fala na “ditadura do Supremo Tribunal Federal e em especial, Alexandre de |Morais que, no vácuo da inércia de um Congresso omisso e sem altivez desde a Constituição de 1988, precisou o STF “legislar” e agora nos assombra dentro e fora do País, há que se perguntar:
Onde estão os senhores deputados e senadores que, num quase “piscar de olhos” ajoelham-se diante de apenas 11 senhores que, em nome “da democracia e do estado de direito” cerceiam direitos individuais à liberdade de expressão, como se eles é que fossem os legítimos representantes do povo e a interpretação da Constituição fosse um dogma de fé, a serviço deles?
Será que nossos congressistas beberam na fonte da inércia, envenenada por algum extrato alucinógeno próprio dos covardes, para dormir o sono dos mortos e inspirados no exemplo de um falso líder que, de forma aloprada agia desrespeitosamente, quer com palavras de baixo calão, quer com gestos e atitudes grosseiras para com jornalistas e desafetos que ousaram contrariar seu bom humor?
Onde estão os recentemente eleitos que ainda nem provaram o gostinho do café feudal dos imortais de Brasília? Será que se deram ao trabalho de manusear meia hora de leitura das biografias dos intrépidos políticos de outrora (muitos deles trocaram a zona de conforto daqui por noites escuras, no exílio), nos moldes de um Miguel Arraes e tantos outros?
Não é possível que tenhamos que outra vez marchar na direção do precipício, vendo um presidente que, malgrado ir às lágrimas em prol dos desvalidos deste País, há pouco mais de 24 horas acenou com a real possibilidade de desviar o curto dinheiro dos brasileiros, em favor de governos, cuja índole é permeada por ideologias antidemocráticas, como se fôssemos uma superpotência econômica, de vocação imperialista. Não somos!
Agora, só temos uma coisa a fazer: SEM ÓDIO E SEM MEDO, pressionar, democraticamente, nossos representantes, no Congresso Nacional. Ao contrário de ontem, hoje é até muitíssimo mais fácil.
Ora, se foi fácil juntar tanta gente para tentar dá um golpe no governo eleito que aí está, se eles puderam fazer isso, então podemos nós usar as mesmas redes sociais, para exigir atitudes republicanas dos nossos deputados e senadores, para dá um freio em meia dúzia de pessoas que se acham acima do bem e do mal.
Só assim cada um dos poderes constitucionais, saberão de uma vez por todas que, podem muito, mas não podem tudo. Isso é utopia? Pode até ser. Mas certamente não somos o único sonhador. Ponto.
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