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BLOG LUÍS MACHADO. Desolação: Expressão que traduz o desespero da maioria. Domingo, 05-03-2023

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“… Quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a terra?” (Evangelho de São Lucas 18, 1-8). Para quem ainda observa os preceitos e ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, essa pergunta feita há mais de dois mil anos dá bem a dimensão da reflexão seguinte.

Há um sentimento ou sensação de que, hoje como nunca antes e sob alguns aspectos, o cenário se nos apresenta como mais difícil, se comparado com o passado e olha que, afora incontáveis conflitos de toda sorte, nesses 20 séculos de Cristianismo já tivemos duas grandes guerras mundiais mas que, apesar disso, não se preconizava turbulências em escala global. Nem no campo individual nem na esfera institucional, dentro e fora do País. E por quê isso agora?

Os ingredientes da modernidade, com toda tempestade de informação, nos impelem e seduzem a focarmos os elementos de subsistência humana – alimento, saúde, moradia, transporte e cidadania – para citar só alguns, o que, diferentemente de períodos passados da história, ofuscam hoje a visão de uma realidade que, só é alcançada por quem busca ou persevera no circuito da espiritualidade.

Ora, para quem vê o mundo apenas sob o ângulo da promoção humana socialmente falando, sem preservar o sentimento da caridade cristã, por exemplo, torna-se social-racionalista. A “sensibilidade” de quem assim pensa, não vê no desvalido da vida, alguém que necessita de misericórdia e que representa a figura do próprio Cristo Jesus.

“… Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e…” (Evangelho de S. Mateus 25,31-46). Ora, isso impeliu a Igreja (leigos e consagrados), desde sempre a sair de si, ao encontro do “Cristo” sofredor, em suas mais diversas situações de vulnerabilidade, ao redor do Planeta e em todos os tempos.

Não sem razão disse o grande São Vicente de Paulo: “Não sei quem é mais carente: se o pobre que pede pão ou o rico que pede amor”. A visão é (e era muito mais) de que todos somos um, à luz do Livro Sagrado. E como tal, urge um avivamento de ânimo, neste aspecto.

Houve esfriamento geral, tanto no cuidado com o semelhante, quanto na formação de valores humanos, na área social e na política; tanto secular, quanto eclesial. O destaque, hoje, é para quem se torna famoso e midiático, diferente do “ultrapassado” estilo Irmã Dulce dos Pobres e tantos outros. Sem falar que, não raras vezes, quando alguns se dispõem a ajudar o fazem com interesses político-partidarios e os Parlamentos estão cheios de oportunistas, assim, mundo afora.

Num Pais cujo contingente de desempregados e superior à população de Portugal, se faz necessário e urgente sair do discurso bonito para a pratica, em que todas as forças vivas ponham o viés ideológico em segundo plano, preconizando vida digna para a população. Já se perdeu parte da capacidade de indignar-se com a situação de penúria de milhões e milhões de brasileiros.

Num Pais em que 70% da sua mão de obra ativa ganha até dois salário mínimos e 90% das riquezas estão nas mãos de apenas 10% de afortunados, não pode dizer-se humano e muito menos democrático. É um escárnio! Daí porque desolação é a expressão que traduz o desespero da maioria.

Comento, argumento. Só não invento!

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