- Há uma máxima que diz: “No segundo turno, há outra campanha e outra eleição”. Pois isso está se confirmando literalmente, pelo menos em Pernambuco. Quem imaginaria que Marília Arraes estivesse hoje em ampla desvantagem em relação à sua oponente, Raquel Lyra?
De fato, era difícil imaginar que uma candidata que liderou de ponta a ponta, em todas as pesquisas, estivesse hoje se escorando na figura do ex-presidente Lula, mesmo sabendo que de nada tem valido essa estratégia.
Faltou “olho clínico” à neta de Arraes. Aliás, faltou humildade, para ver que lá atrás, Miguel Coelho tinha razão ao dizer que nenhum presidente eleito irá governar Pernambuco e quem apoderou-se dessa verdade foi Raquel Lyra, já no inicio do segundo turno.
Se a ela faltou olho clínico, sobrou arrogância, ao dizer que não aceitaria apoio de quem estivesse com Bolsonaro. Sua arrogância foi ao pico da insensatez, ao negar 48h de luto à Raquel, no que tange ao pleiteado pedido desta, atinente ao adiamento de exibição do Guia Eleitoral. Foram muitos os que disseram que Marília perdeu a eleição, ali, naquele momento.
Marília viajou na maionese, ao não avaliar que o segundo turno poderia lhe atravessar uma espinha na garganta, ante um eventual insucesso do PSB de Danilo Danilo Cabral e companhia que, por tabela, apontaria sua artilharia contra Marília, mesmo diante de um pedido de Lula, como aliás, está ocorrendo.
A campanha de Marília assumiu contornos de coisa insossa, visto que nada trouxe de novo, para contradizer o discurso de Raquel. Ora, dizer que Raquel é candidata de Bolsonaro, só porque há muita gente propensa a votar em Lula e em Raquel não lhe favorece em absolutamente nada.
Da mesma forma, não pode Marília negar o apoio de Paulo Câmara e Danilo Cabral à ela, já que Marília posou há menos de duas semanas ao lado do prefeito do Recife, João Campos. Estes disseram publicamente que “apoiarão a candidata apoiada por Lula, porque o que está em jogo é a eleição do ex-presidente e candidato Lula”. Resumo da ópera: Marília não tem discurso e sua “tábua de salvação – Lula – não compele o eleitor de Lula a votar nela. Por uma razão muito simples: Marília não é Lula.
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