- Não é segredo para ninguém que, em escala global vive-se em todo o Planeta tempos difíceis em que, de forma geral, fica cada dia mais difícil aceitar ou compreender as razões pelas quais tudo parece caminhar para uma espécie de beco sem saída. Conceitos de outrora são cada vez mais relativizados e a verdade de cada um parece ser o que importa, em detrimento de tudo o mais que outros possam conceber ou pensar.
Isso traz no seu bojo atitudes que, a depender de quem as tomam, via regra causam prejuízos aos que estão ao redor. Isso diz respeito a governantes e governados. O resultado disso é que a inversão de valores vêm à tona e desconcerta, fazendo a vida ficar mais complexa e mais difícil.
Nas nações socialmente mais desiguais – como é o caso do Brasil – o inconformismo cada vez mais crescente chega à galope, através das redes sociais, cobrando dos governantes soluções urgentes, ainda que estes não tenham dado causa às mazelas estruturalmente existentes. Ora, aos citados governados ou contribuintes não interessa saber de quem é a culpa pela ausência ou má funcionamento das redes sociais de proteção dos mais vulneráveis.
Num cenário como esses, em que o inconformismo é grande e crescente, faz-se necessário a presença de líderes fortes proativos e tomados de atitudes diferenciadas da maioria. Líderes capazes de suscitarem novos líderes. Sem isso, Municípios, Estados e União não se entendem e com isso as atribuições e competências de cada um deixam a desejar, aumentando ainda mais o sofrimento dos que dependem das citadas redes de proteção social.
O resultado imediato disso é que, mesmo num Estado democrático de direito e havendo liberdade de expressão, falta consciência cívica cidadã de parte a parte, engrossando ainda mais a convicção equivocada de que “é cada um por si e Deus por todos”, como se isso fosse moral e eticamente aceitável.
Urge que, formadores de opinião, quer do meio acadêmico, quer dos meios de comunicação social insurjam-se capazes de formarem fóruns permanentes de debates e reflexão, junto a segmentos representativos da sociedade civil organizada. Juntos, precisam mostrar às elites, a urgente e grave necessidade de planejamento de políticas públicas responsáveis, capazes de serem executadas, a serviço do povo que, diga-se de passagem, paga uma carga historicamente pesada de impostos.
O povo merece respeito e cuidado, da parte de seus representantes, tanto, no Parlamento quanto no Executivo. Merece atenção também dos órgãos fiscalizadores e jurisdicionais, em todas as esferas de poder. Bem mais que a visão equivocada de esconderem-se por traz de castas privilegiadas, estas precisam voltar os olhos com viés republicano, fomentando sensibilidade de quem pode fazer mais, em favor de muitos.
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