
Ele sofreu todo tipo de descriminação, quando lá atrás (no início de 2020), esboçava a intenção de lançar-se candidato a prefeito do Recife. As críticas mais contundentes residiam no fato de ser muito jovem e vir de uma família tradicional da cena política do Estado, cujo avô, Miguel Arraes iniciou essa quase dinastia ou capitania hereditária, na vida pública pernambucana.
Não era crível que o garoto “príncipe” (pejorativamente chamado nas redes sociais, por ser filho de Eduardo Campos e Neto de Arraes), pudesse vir a ser o governante de uma cidade como Recife. Para reforçar as críticas, diziam os adversários que, a candidatura de João se devia à toda poderosa mãe, Renata, condutora do Partido Socialista Brasileiro, à mão de ferro, apenas porque via no filho, o futuro governador de Pernambuco, em 2026, caso fosse eleito naquele 2020.
João foi ferozmente ao campo de batalha, contra ninguém menos que a prima, Marília Arraes, então filiada ao PT, cujo embate familiar deixou feridas profundas, até hoje abertas, por causa da lavagem de roupa suja, feita publicamente entre eles. O “príncipe” foi mais astuto e sagaz, e o resultado todos estamos a testemunhar: João é prefeito da “Capital do Nordeste” e, de quebra, lidera, com sobra, as intenções de votos, acerca das eleições de 2024, segundo pesquisa feita, recentemente. Mas o que tudo isso dito tem a ver com o PT? Tem tudo a ver.
É que, a cena tende a se repetir com PSB/PT, embora o cenário agora e ano que vem seja outro. O PSB conseguiu a proeza de ter em João, amplas possibilidade de, pelo andar da carruagem, renovar o mandato do prefeito. E tudo confortavelmente, podendo até fazer charminho para Humberto Costa e companhia, sem falar que até o adversário Governo de Raquel Lyra deve colocar as barbas de molho.
João Campos, de tão novo que é, de quebra, está sendo trabalhado para mostrar exuberância no jeito moleque de ser. A postura dele assume contornos de verdadeiro fenômeno no quesito empatia e desenvoltura, especialmente entre os jovens e nas camadas mais humildes da população. Isso tudo se encaminha para uma vitória acachapante, já no primeiro turno das eleições de 2024, sobre tudo e sobre todos. Basta ver o que ocorre nas redes sociais, para se chegar a essa conclusão.
Mas nada disso é fruto do acaso. João Campos vem sendo bafejado pelo Governo do presidente Lula, quando o assunto é trazer dinheiro para o Recife (embora também para o Governo do Estado), quer nas transferências oficiais, quer em empréstimos bilionários, junto a organismos internacionais, como é o caso do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BIRD. João já conseguiu dá sinais de mudanças em gargalos historicamente existentes, como falta de mobilidade urbana, emprego e renda, bem como em obras estruturais, para o Recife.
Mas, agora vem o tiro de misericórdia, sobre os adversários da campanha do ano que vem: João, sabedor que é, de que não terá muito tempo na TV (para contrapor-se ao tempo dos partidos opositores, na campanha do próximo ano) está turbinando a gestão, com altas cifras publicitárias, conforme publicou dias atrás, o Jornal do Commercio, repercutindo publicação da Folha de São Paulo.
Ora, num cenário como esses, não resta ao PT, outra alternativa, senão ser mais uma vez coadjuvante do PSB, sem impor condição, como quer parte dos petistas. Até porque sabem que, se as eleições fossem hoje, o prefeito do Recife seria reeleito (tem ele, segundo a pesquisa, cerca de 70% de aprovação), já no primeiro turno e nem adianta fazer conjecturas no tocante ao tempo dos candidatos, no Rádio e na TV. Sim, porque essa exposição João já faz, em suas inserções institucionais, pagas a peso de ouro, para o desencanto da oposição. Por essas e outras, é que, ao PT e adjacências resta só a dor de cotovelo.
One thought on “João Campos é a dor de cotovelo do PT”
Gostei de mais dessa reportagem, pelo fato de ver a ptzada da capital pernambucana, com mais de 60% para ser derrotada, por um jovem politico que pensa, progressivamente, em vez de um pseudosocialismo ptista. Avante prefeito.