Blog Luis Machado

Padre nega comunhão na boca em desacordo com CNBB

Comunhão na boca é direito do fiel e isso não pode ser negado

Se você que vai lê esta matéria, achava que o mundo confuso e belicoso desses dias se dá apenas para quem não conhece Deus ou procura a guerra, enganou-se completamente. Era para ser como sempre foi, para este blogueiro e católico praticante que, à luz da doutrina da Igreja, não deve perder missas dominicais. Era para ser, mas não foi e, por incrível que pareça, tudo por causa do padre celebrante.

Juntamente com a família, fomos à Capela do Colégio Maria Tereza, na Av. Barão de Souza Leão, em Boa Viagem, Zona sul do Recife, para assistir à Santa Missa das 17:00h, neste domingo (15) a exemplo do que fazemos há muitos anos. A celebração transcorria em plena normalidade, até que, quando da homilia disse o padre Eudes (salvo melhor juízo, este é o nome do sacerdote): “domingo passado fiquei de falar hoje, sobre o Sínodo que está ocorrendo, em Roma, com padres, bispos e leigos do mundo inteiro, o que faço agora”. Explicou que, “sínodo quer dizer caminhar juntos”.

No contexto de sua alongada homilia, acrescentou o celebrante: “Está a imprensa desvirtuando as declarações do Papa Francisco no sentido de que teria dito que vai abençoar casais do mesmo sexo, embora não haja casamento de pessoas do mesmo sexo. Não existe casamento de pessoas do mesmo sexo. Agora tem muita coisa que precisa ser mudado, isso tem”.

Prosseguiu o religioso: “São muitos os assuntos discutidos neste Sínodo (que é só mais um, pois já tivemos muitos, como o Sínodo da Amazônia, da Família, etc) e até mesmo o perdão para pessoas que antes não podiam comungar. Até mesmo a falta de perdão causava muito sofrimento. Eu mesmo, precisava ligar para Dom José Cardoso Sobrinho, com a consciência doída, por ter, em confissão, dado o perdão para pessoas impedidas, como ex casados. Estas nem podiam se confessar, mas eu as confessava. Chegou o Papa Francisco e tudo agora está certo. Graças a Deus!”

Quando a preleção do sacerdote dava sinais de que logo terminaria, arrematou ele: “O Papa Francisco disse que todos, todos os pecados são perdoados. Vejam: Agora todos, absolutamente todos os pecados são perdoados e quem vai ousar discordar do Papa?

Ora, diante da enfática e infundada afirmação e, considerando que o perfil dos fiéis que ali assistem à Missa é composto em grande parte por pessoas minimamente esclarecidas doutrinariamente, acerca de nossa fé católica, o clima de discordância e desconforto, quanto a isso, já era visível.

Quem frequenta a Igreja e tem o mínimo de formação, sabe que há um pecado para o qual (segundo diz claramente o Evangelho) não há perdão, que é o pecado contra o Espírito Santo. O Papa jamais disse que todos os pecados agora são perdoados. Não disse nem poderia dizer, já que a ele não é dado o poder de mudar o Evangelho que, quanto a isso é claro.

Pois bem. Se para mim, o que acabara de ouvir já era desconcertante, o pior estava por vir. É que, usando a prerrogativa de escolher a forma de receber a Comunhão, optamos e pedimos “que por favor” nos fosse a mesma dada na boca. O padre nos encarou e disse: “Não. Assim, não. Vá para o final da fila”. Eu disse: Padre, se é um direito meu, por qual razão terei que ir para o final da fila? Imediatamente fez o padre outra fila e para lá fui eu, também, sendo o primeiro. Neste momento aparece uma ministra extraordinária das irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo e nos deu a comunhão na boca.

A título de explicação, especialmente para quem não conhece, cumpre dizer que, como preconiza o Evangelho, pão e vinho, uma vez consagrados, na hora da Missa, pelo sacerdote, perdem (pelas palavras do próprio Jesus Cristo) a substância original e, pelo poder da transsubstanciação, já não são mais pão nem vinho. São agora corpo, sangue, alma e divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Há incontáveis milagres estupendos e desafiadores da ciência, acerca dessa verdade, ao longo desses mais de dois mil anos. Ora, sendo assim, não há como receber aquela hóstia consagrada como se fora um pedaço de pão ou coisa qualquer. Alguns preservam o amor e respeito, mas outros nem tanto.

Por fim e, por conta do clima de desconforto e inconformismo que já ara grande, antes da bênção final, não pensei duas vezes: falei em alto e bom som. Disse aos presentes que porventura ainda não entendiam o porquê do reboliço: ‘Ocorreu tudo isso, porque, como todos vimos, errou o padre duas vezes. Primeiro, em usar o nome do Papa para induzir as pessoas ao erro. Sabemos que o Papa jamais disse que todos os pecados (incluindo aquele contra o Espírito Santo) estão todos perdoados. Segundo, errou novamente, porque a própria CNBB nos autoriza receber a comunhão, na boca, se assim desejarmos. Os presentes aplaudiram, para vexame do padre que, abandonou o altar imediatamente e alguns vieram nos parabenizar “pela coragem” em discordar publicamente de um padre que deveria agir conforme manda a Igreja e no entanto, a desobedece’.

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