
É como se houvesse um outro Planeta, no qual habitassem alguns políticos e que só mediante esmerado esforço, pudéssemos compreendê-los, quanto ao seu modo de pensar e agir.
Exemplo disso, foi a declaração do superintendente da Sudene, Danilo Cabral, divulgada nesta quinta-feira (09) , na qual sugeriu a que se dê novo nome à prometida ferrovia, cuja obra deverá ser retomada e será concluída pelo Governo Federal, a qual se chamaria Governador Miguel Arraes. Isso, em substituição à atual Transnordestina, quando sair do papel.
Danilo justificou sua proposta, enaltecendo a figura do citado ex-governador, o que diga-se de passagem não estaria de todo equivocado. Não estaria, não fosse um detalhe. Esqueceu ele de que, no mesmo nível meritório está um outro ex-governador pernambucano, chamado Marco Antônio de Oliveira Maciel, o qual está – diga-se de passagem – na galeria dos homens públicos mais notáveis da vida pública brasileira, em todos os tempos.
Merecidamente, Miguel Arraes é nome de logradouros no Grande Recife e, salvo melhor juízo noutras Regiões do Estado, bem ao contrário do ex-vice-presidente da República, que, malgrado ter falecido em 2021, não se dignou o Estado a homenagear o citado filho ilustre, à altura do seu nome.
Num momento em que se fala tanto (em Pernambuco e no Brasil) em Marco Maciel, por conta do estrondoso sucesso editorial do lançamento do livro “O Estilo Marco Maciel”, de autoria do jornalista Magno Martins, a sugestão de Cabral assume contornos de amnésia e ingratidão à memória (pelo “esquecimento”) de um homem que ocupou exemplarmente todos os cargos públicos que um político pode ocupar, neste País, sem desgrudar-se do seu chão pernambucano.
Os pranteados ex-governadores estão igualmente legitimados a darem seus nomes àquela que no futuro, bem que poderia ser rebatizada de Ferrovia Miguel Arraes/Marco Maciel. Aí, sim. Não se cometeria o pecado da ingratidão, em reconhecer o que ambos fizeram por Pernambuco e o Brasil. Tudo, por uma questão de justiça.