É inegável que, ao leitor do blog Luís Machado há uma sensação de que, ou sua editoria teria espião secreto nos bastidores do poder, em Jaboatão ou que teria o dom de antecipar-se aos fatos ocorridos, especialmente nos últimos dias, em Jaboatão dos Guararapes. Claro que, obviamente, nem uma coisa nem outra. Apenas trilhamos o caminho do óbvio e nem é tão difícil vislumbrar o “modus operandi” da cena política, na Terra da Batalha dos Guararapes.
Como sabem, discorreu o blog, em detalhes, nas edições de 27 e 29 de janeiro (semana passada), acerca do cenário político da cidade, concernente a uma Resolução da Câmara de Vereadores, que vem preconizando eleições da presidência, de forma antecipada, desde 2017, a qual, por tabela, faz conexão direta com os planos do Prefeito Anderson Ferreira (PL), que, quer lançar-se candidato ao Governo do Estado, sem riscos de perder o controle hegemônico, do processo político de Jaboatão.
Ora, diante do “link” apresentado, o qual direcionou para um aparente “distanciamento” entre o Prefeito e o presidente da Câmara, antecipamos que, Anderson agiria como um raio, para desmantelar, “cortando pela raiz” qualquer possibilidade de que o intento de Adeildo se concretizasse. Não deu outra.
É como se o Prefeito tivesse detido-se em observar especialmente os dois últimos parágrafos da matéria publicada pelo Blog, na última sexta-feira(29). Sim, porque na conversa que tiveram, o mesmo abriu o jogo e foi direto ao ponto, no quesito “CC ou cargos comissionados”. Compreende a situação de cada um dos vereadores. Só que, aos insatisfeitos, os casos serão analisados conforme a realidade de cada um e nunca de forma unânime, para todos. Detalhe: Anderson Ferreira foi firme. Verdadeira águia, ele conta nos dedos de apenas uma das mãos, os vereadores que poderiam esboçar espírito de independência, se é que isso seja posspivel.
Obviamente não quer cometer o “erro” de prefeitos anteriores, cujo tratamento era, via de regra, dado a todos. O que dava pra um, dava para todos. Ainda que houvesse alguém fora da base do Governo. Tudo pelo princípio da isonomia e de “corpo”. Bem, isso dignificava a Câmara. Afinal, assim como o Executivo é uno, o Parlamento também o é. No passado não muito recente, a Câmara era teoricamente mais prestigiada pelo prefeito. A situação, neste aspecto, mudou a partir do prefeito Elias Gomes que, dava-se ao luxo de sequer atender vereador, em seu gabinete, salvo algumas exceções e, ainda assim, esporadicamente. Essa queixa era recorrente.
Pois muito bem. Diante da sintomática atitude dos “aliados” do Prefeito, a pergunta é:
- Se Adeildo e companhia estavam mesmo certos da aludida votação e, sabendo que a reação do Chefe do Executivo seria iminente, por quê não pediram ao Prefeito que esperasse pra conversarem só após reunirem-se eles vereadores e daí ratificarem ou não a ideia?
- O que estão esperando Adeildo da Igreja e seu Grupo, para assegurar a este a presidência, no biênio 2023/2024?
- Irão os vereadores insatisfeitos passar um cheque em branco ao prefeito, deliberando em jogar a votação pra eleição da presidência só em dezembro de 2022, sem o compromisso do prefeito em atender a cota igual de nomeações de cada um, ou irão eles compreender que o prefeito pouco poderá fazer, já que tem compromissos com a imensa base aliada que o elegeu, no primeiro turno?
- Já teria o prefeito pressionado pela deliberação, nas próximas horas, a fim de que essa aparente ideia “nati-morta” do Grupo de Adeildo, seja votada só em dezembro de 2022? Ou será que o prefeito não terá problema em ficar em “stand bye”, com uma resolução, em aberto, na Câmara, com o risco de ser surpreendido a qualquer momento, pelo fogo amigo? Bem, se Anderson assim agir, estará dando a primeira senha de que jamais será governador de Pernambuco. Lá não há lugar para amadores.
Ora, é sempre bom lembrar da célebre frase do velho banqueiro e político mineiro, Magalhães Pinto: “política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou.” Nunca se sabe!…
Comento, argumento. Só não invento!
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