
Observando o que a imprensa consegue alcançar e tornar público – envolvendo o até pouco tempo desconhecido Banco Master em seus espúrios contornos de irregularidades junto ao Banco de Brasília (BRB), passando pelo presidente do Banco Central e alguns ministros do Supremo Tribunal Federal – dá bem para se imaginar o imenso grau de promiscuidade existente nos bastidores das aludidas instituições, para desgaste da maior Corte de Justiça do nosso País.
O alto preço disso já se verifica diante do monumental desgaste, junto à opinião pública e até mesmo junto à camada mais expressiva do PIB brasileiro. Sim, porque respinga e até certo ponto compromete a credibilidade no sistema financeiro nacional.
Empreendimentos e finanças são umbilicalmente interligados e um não sobrevive sem o outro. Daí, a preocupação de setores mais expressivos da Faria Lima. Como foi escancarado, o Banco Central teria sido assediado reiteradamente, pelo ministro Alexandre de Moraes, possivelmente por conta de uma relação contratual milionária, existente entre a esposa deste magistrado e o aludido Banco Master.
Conforme divulgado, Moraes teria interesse direto na compra e venda do Master (este é contratante da esposa do ministro), pelo BRB – e que por conta disso teria ligado ao menos seis vezes para seu presidente, Gabriel Galípolo, para que não houvesse empecilho à transação pretendida. Moraes diz ter havido conversa entre ambos, porém, para falar da Lei Magnitsky. Evidentemente que trata-se de discurso para inglês ver. Convenhamos!
Pois muito bem, mas o que isso tem a ver com o aprendizado com a história? Aparentemente, nada. Mas só aparentemente. A história é mãe e mestra em ensinar que, nunca se é tão poderoso, a ponto de achar que se pode tudo.
Um magistrado do Supremo (seja de carreira ou de nomeação do chefe do Executivo Federal) por mais aloprado que seja, se não sente-se obrigado, por consciência, deveria ao menos discernir que, numa democracia as atribuições dos membros de cada Poder da República são bem delineadas pelo Constituição Federal. Como tal, suas ações devem se dar no cumprimento dos seus deveres constitucionais.
Quando age conforme seu bel prazer, é porque, na sua cabeça, ditadura e democracia são palavras sinônimas, em teor e forma, o que, diga-se de passagem, quanto a isso já nem se deve ter mais dúvida alguma.
Moraes age – com a complacência da maioria dos seus pares e das instituições republicanas do nosso País – como se estivesse ele acima do bem e do mal, já que não há quem o detenha em sua saga de paladino da democracia e do estado democrático de direito. Não se dá conta de que abre portas para o perigoso caminho daqueles que não aprenderam com a história.
Incontáveis são os heróis de ontem, vilões de hoje que, por miopia e insensatez, caíram em desgraça, para deleite dos que torcem e gritam: “bebes tu, do teu próprio veneno e vai para o lugar próprio dos intrepidamente arrogantes, que jazem em suas desvirtuadas consciências, onde só haverá choro e ranger de dentes!”.
Nesse diapasão, o que vale para Moraes, vale para o Banco Master e ao Supremo Tribunal Federal que, salvo melhor juízo, ainda não aprendem com a história.
__________
Nosso papel é produzir e publicar. O seu é lê e, se concorda, compartilhar. Comente e compartilhe. Faça opinião!




