
Por Paulo Fernando
- Poderia começar falando da presunção de inocência. O ano era 1984 e o cenário era o Colégio Nobrega. Última semana de aula antes das férias de junho. Ali de pé, um sujeito magro. Vestido com uma camiseta de malha, sandálias de dedo e uma calça jeans. Nosso professor de religião. Eu era um aluno, ou melhor, um mau aluno.
Ao término da aula, ele disse que seria a última. Logo em seguida, veio um sonoro coro: “mas padre”. Ele contou ter recebido um chamado e iria ajudar os mais pobres de sua terra natal. Passaria a residir na Rua do Lixo, em Arcoverde.
Me aproximei dele, ele abriu uma bolsa e tirou dela um Novo Testamento, escreveu uma dedicatória e disse: “Sempre que precisarem, abram e leiam. Estarei sempre com vocês em oração”.
Filho de agrônomo, tendo meu pai terras próximas de Arcoverde, já convivia com a cidade e, na juventude, isso se intensificou. Por vezes, perguntava aos amigos arcoverdenses: “Cadê o Padre Airton?” E todos respondiam: “Tá rua do lixo”. Com o tempo, veio a Fundação Terra.
Há cerca de 5 anos, resolvi fazer uma visita. Ao encontrá-lo logo disse: “Professor, fui aluno Nobrega. Vim ver se está com a gente em oração mesmo”. Ele fez uma pausa. Daí eu ri e de imediato ele disparou: “Paulinho!”
Durante todo este período, nunca escutei nada que o desabonasse. Das pessoas da comunidade, seja do vilarejo da Malhada ou na Umburana, regiões próximas a fundação.
Pessoas com quem convivo semanalmente, ninguém jamais ouviu qualquer acusação contra o Padre Airton. Nem uma grosseria, um pequeno mau humor, nada!
Está difícil de acreditar em tudo que está sendo dito. Aqui, me solidarizo com o professor e padre Airton Freire.
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*Comento, argumento. Só não invento!
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