
- Todos viram as consequências dos atos de barbárie, criminosamente praticados na tarde desse domingo (08.01.2023), na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Ato contínuo, vimos uma enxurrada de declarações de tudo o que é autoridade e ex-ocupantes de cargos relevantes, na República, sem falar do que disseram mandatários de várias nações, mundo afora.
Repercutindo acerca do aludido e lamentável episódio, atos e manifestações não param de encher a mídia e redes sociais, plasmados numa realidade ainda pouco observada. Enquanto figuras de expressão da República esbravejam e vociferam com contornos de vingança contra praticantes e eventuais mandantes das invasões – dos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal -, o que se observa é a velha “saída de finhinho”, e agora ninguém assume nada.
Vemos que, os chefes dos três Poderes são unânimes em acusar o governador Ibaneis Rocha (ora afastado provisoriamente do cargo), por negligência em permitir o acesso dos baderneiros, aos logradouros públicos citados. Mas até o momento nenhum deles fez menção acerca do inexistente ou inoperante serviço de inteligência do Governo Federal.
Clarividente está que, não há o aludido serviço de inteligência no Governo Federal. Se existisse, bem que poderia ter dado o alerta, acerca da eventual invasão dos aludidos prédios. Se nos parece que, acusar o Governo de Brasília de omissão, sem também fazer o “mea culpa”, é subestimar a capacidade de inteligência do povo brasileiro. Isso é apenas uma, dentre outras constatações..
De nada ou muito pouco adianta investigar quem praticou e quem mandou praticar, sem se debruçar sobre as causas ensejadoras do problema. Nenhuma crise ou ruptura institucional ocorre do dia para a noite. É sempre fruto da desorganização do Estado, quer do ponto de vista social, quer do ponto de vista político.
E não me venha com discurso pra inglês ver. Arrisco a dizer que, a maioria dos que protestaram, não o fizeram por serem contra a democracia, pura e simplesmente. Há inegavelmente o joio no meio do trigo. Mas é fato que, o Estado brasileiro falhou e falhou feio. Nossas instituições e instâncias de poder já não são credoras do respeito e confiança da maioria do povo.
Lidamos com questões sociais, de forma muito arcaica, para não dizer hipócrita. Quem não vê que nosso Judiciário é hoje um Feudo com a prática de super poderes e mordomias escandalosas nunca vistos antes? Quem não vê um sistema presidencialista da pior espécie, que nos achata e suga até a última gota? Quem não se escandaliza com um Legislativo que parece viver noutro planeta, de tanto que são suas mordomias e práticas não republicanas?
E não é muito dizer que, os acontecimentos de Brasília, se por um lado nos envergonham a todos, por outro, suscita a necessária coragem para abrir mão da hipocrisia. Não podemos nos levar pelo sensacionalismo midiático de certos órgãos de imprensa que primam mais por seus interesses particulares do que pela tarefa de bem informar.
A grande vantagem de ser imparcial, é que se vê quem tem razão e quem tem distúrbio. Basta de hipocrisia. Basta de farisaísmo oportunista. E não seja capcioso em insinuar que estejamos menosprezando ou desconsiderando o tamanho da gravidade praticada. Nunca, jamais! Só não iremos agir ou pensar que o problema é só dos adeptos de Bolsonaro. Não é. o problema é de todos nós, povo brasileiro. E como tal, requer honestidade da parte de todos, ao lidar com tudo isso, agora.
Em suma, há que se perguntar: Almeja-se uma ditadura ou almeja-se um País livre, democraticamente, onde haja princípios éticos e morais, com justiça social para todos? Aliás, essa pergunta é antiga, mas as elites brasileiras postergam e fazem vista grossa para não responder com ações concretas, frente ao problema que se arrasta por décadas. Essa é a verdade. O que vier além disso, serão métodos e artimanhas de manipulação das consciências, em manifesta e deliberada atitude antirrepublicana.
Como se pode ver, insensatez e terrorismo são dois monstros que, de alguma forma se completam e se alimentam reciprocamente, num ciclo perverso e pervertido, nocivo e prostituído, sem precedentes, em nosso País.
*Compartilhe e faça opinião.
__________________________________
Comento, argumento. Só não invento!
Contatos do editor:
WhatsApp: (81) 98732.5244.
E-mail: machado_country@hotmail.com
Facebook: Luís Machado.
Instagram: @luísmachado.