Quem vivencia o mundo da política, neste País, há muito percebeu que, não é só eleitor antenado que está atordoado com o cenário que aí está e que tem se agravado com mais intensidade, nas duas últimas décadas. Também os políticos que ainda preservam o mínimo de decência e ética estão a procurar uma forma ou fórmula de como continuar a prestar seus serviços, em favor da coletividade.
É que o “modus operandi” de grande parcela dos representantes do povo tem enlameado de vez o processo e a prova disso é o elevado percentual de abstenções e votos brancos e nulos, revelado nas últimas eleições.
Se já não era fácil, agora é que ficou praticamente impossível construir um projeto político e a dificuldade passa primeiro pelas siglas partidárias que, no comando têm os “donos do partido” que, ao menor sinal de insurgência desse ou daquele filiado que desobedeça o comando central, é logo degolado e um exemplo disso ocorreu há dois meses, quando o ex-senador pelo PTB, Armando Monteiro declarou-se a favor da candidata a prefeita do Recife, Marília Arraes (PT). Por isso e talvez só por isso, Roberto Jefferson, presidente nacional petebista, que já tinha avisado, não perdoou o líder pernambucano. Armando Monteiro Neto está sem partido e se agora for bancar o estilo “puro sangue” não achará abrigo noutra legenda, assim tão fácil.
Logicamente que tudo tem um porquê. O que tem de político inescrupuloso que aproveita-se do partido para, depois de eleito dá um chute no traseiro, não está no gibi. Ou seja, neste aspecto, trata-se de uma via de mão-dupla. Mas, afora isso, o fato é que, para quem pensa a política como plataforma de transformação social, em prol do bem-comum, a situação é mais complicada do que se pensa.
Tudo isso é fruto do enfraquecimento crescente do tecido social brasileiro que, na base, sempre foi muito frágil. Agora, diante da gritante inversão de valores republicanos praticada por figurões da República, repercute e muito na vida de todos, inclusive de parte dos próprios políticos que, de alguma forma sofrem as consequências.
Ora, nestes tempos natalinos, nada mais salutar do que acatar a sugestão do Senhor dos Mares (Jesus-Menino, agora adulto): Lançar as redes do outro lado do barco e arrastá-las repletas de peixes grandes. Se a pescaria está ruim para político sério, é porque a maré pra peixe, só está dando para político profissional. Pelo menos por enquanto!
Comento, argumento. Só não invento!
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