
Pelos contornos resultantes dessa greve dos rodoviários, que acabou de ser encerrada, não foi razoável tratá-la como os demais movimentos paredistas ocorridos. E por que não? É porque mal acabamos de sair de uma situação caótica – por conta da Pandemia da Covid-19 – que atingiu a todos – em que a imensa maioria do povo sofreu as graves consequências da mesma, por todos os motivos sobejamente conhecidos.
Segundo tem sido noticiado, estavam os motoristas reivindicando dos empresários, 10% de reajuste salarial (os patrões só ofertavam 3%), além de aumento na cesta básica para R$ 400,00, além de outras vantagens, postulação rechaçada pelos empresários. O movimento acaba de ser encerrado e as bases dos acordo serão divulgadas ao longo do dia.
Como se sabe, houve duas rodadas de tentativa de acordo, porém sem êxito, na primeira, diante do impasse das partes envolvidas no conflito, tendo havido marcação de outra audiência, no Tribunal Regional do Trabalho, cuja audiência acaba de acontecer, depois de 6 dias de negociação.
Na outra banda e pressionada pela opinião pública, disse a governadora Raquel Lyra, semana passada, que esse é um problema de empregados e empregadores, ‘não devendo o Estado se meter nisso’.
Ora, convenhamos! Se a população sofreu os percalços de uma epidemia que, no seu rastro de doença e mortes ainda amarga as consequências, não era de se esperar que todas as forças vivas do Estado tivessem buscado evitar o desfecho da greve?
Pois bem. Ao contrário do que pensa (na verdade ela dá uma de João sem braço) a senhora governadora, isso não é um problema apenas de empregado e empregador e por uma razão muito simples: Todo dono de ônibus é concessionário do Estado para fazer às vezes deste.
Em outras palavra, quem age em nome ou por concessão do Estado (Município e União), age como se fora o próprio ente público, neste caso, o Estado. Um simples estudante de Direito sabe disso. Portanto, na prática, este é um problema também do Estado, sim, e como tal, a governadora tem a obrigação de chegar junto, com todo o peso e prestígio da máquina. Afinal, quem dofremais é o pobre, como aliás, é sempre o maior penalizado.
Mas, uma coisa é certa: não é apenas o usuário que sai perdendo nisso tudo que houve. Já teve usuário que nos relataram que, houve casos em que motoristas abriram as portas de coletivo e deixavam que usuários entrassem pela porta do meio. Entravam e saiam sem pagar a tarifa. Tudo em protesto do motorista, em atos de sabotagem ao empregador. Isso sem falar em outros atos de transgressão.
A pergunta é: Iriam à falência, tais empregadores, se atendessem logo o pleito de rodoviários? Claro que não. A questão é que, quem já tem, mais quer ter ou não quer deixar de continuar no pedestal privilegiado de uma classe que já está no seu limite. Hoje, a maioria dos motoristas além de dirigir, é obrigado a receber e passar troco, numa situação desumana.
E que, agora, qui a greve terminou, não se venha penalizar (com aumento de tarifas), o usuário que já paga caríssimo, por um transporte vergonhosamente de péssima qualidade, imposto pelo empresário que, via de regra, conta com a insensibilidade e insensatez do Governo do Estado e desta vez não foi diferente. Tem sido historicamente, assim. Uma lástima!
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*Comento, argumento. Só não invento!
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