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Dia do Trabalhador: um apelo à dignidade humana

Dia do Trabalhador: um apelo à dignidade humana

Dia do Trabalhador: um apelo à dignidade humana

Dia do Trabalhador: um apelo à dignidade humana

“De fato, quando estávamos entre vocês, demos esta norma: quem não quer trabalhar, também não coma” (Apóstolo São Paulo, Tess 2 – 3:10-13). Não por acaso, essa já era uma consciência universal. Há mais de dois mil anos, exercer uma atividade laboral expressava a dignidade da pessoa humana. Em nossos dias, isso é sagrado e está acima de qualquer valor ou atributo, embora, na prática, isso muitas vezes não tenha sido bem assim.

Expressão da consciência coletiva e cidadã, o Dia do Trabalho ou do Trabalhador se renova como um grito de alerta, em que – a exemplo do que se preconizou em Chicago (EUA), no final do Século XIX – hoje, mais do que nunca, é preciso não perder de vista que, haja o que houver e passe o tempo que passar, nem mesmo o avanço da ciência e da tecnologia poderão justificar a troca pura e simples da mão de obra do trabalhador, pelo bom resultado da máquina, prática condenável e bem conhecida de todos.

A propósito, prescreve o Artigo Sétimo de nossa Constituição de 1988, que: “Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.” Ora, isso significa que é negado direito ao trabalho, para milhões de brasileiros e basta conferir os números oficiais, divulgados pelo Governo.

Para se ter uma ideia, a taxa de desemprego no Brasil foi a 7,9% e atingiu 8,6 milhões de pessoas nos primeiros três meses de 2024. Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (30).

De tão grave que é, está desempregado, somos impelidos a preconizar que, no sentido inverso ao que disse Paulo Apóstolo, quem quer trabalhar, porém não consegue, deveria ter o direito de comer, como prioridade, frente aos que estão empregados.

Só que, em contraposição aos perversos sistemas capitalista/socialista, os direitos dos trabalhadores há muito deveriam ter deixado de servir de massa de manobra, nas mãos dos detentores do poder político que, na realidade visam mais seus próprios interesses, em detrimento da força de trabalho de quem mais necessita.

Tem até partido político – no Brasil e no exterior – alusivo aos trabalhadores que, diga-se de passagem, por suas práticas, estão mais a serviço do grande capital (do empregador), do que dos trabalhadores.

Lamentavelmente, por várias razões, o Primeiro de Maio há muito tornou-se entre nós, ensejo para celebrações (celebrar o quê?) e lazer, do que propriamente uma ocasião reivindicatória, fora da política partidária. É de se esperar que haja protestos por mais postos e abertura de mais frentes de trabalho, bem como por condições dignas e igualdade salarial, apenas para citar algumas.

Que o Dia do Trabalhador volte a ser um despertar, como fora em sua origem, sendo acima de tudo, um apelo à dignidade de quem trabalha ou quer trabalhar (desde o humilde operário até o trabalhador intelectual), por motivos óbvios.

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